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Andressa Martins

Opinião | A anêmica oposição da bancada do PP na Alepi

Enquanto Ciro Nogueira mantém críticas ácidas ao Governo Federal, no Piauí a bancada estadual do Progressistas não incomoda o governador Rafael Fonteles.

O Progressistas se apresenta como principal partido de oposição ao governo de Rafael Fonteles (PT) no Piauí. Contudo, é fácil perceber que a legenda patina feio na missão.

Se em nível nacional o senador Ciro Nogueira consegue se destacar com críticas ácidas ao governo Lula, no Piauí o partido tem uma bancada estadual anêmica no quesito fazer oposição. Nas eleições de 2022, o Progressistas elegeu sete deputados estaduais. Três deles se abraçaram oficialmente com o governo do PT e os que ficaram não mostram disposição para fazer críticas, fiscalizar ou denunciar falhas e erros do governador Rafael.

Bancada do Progressistas na Alepi. Aldo Gil (que não aparece na foto) está licenciado do mandato (Montagem/DitoIsto)

Para não ser injusto, é necessário dizer que a deputada Gracinha Mão Santa é a única que, com certa frequência, tem peito para lançar críticas contra a gestão de Rafael, mas nada tão impactante. Aldo Gil, que tem estilo anti-PT e demonstra ter coragem para o embate, está licenciado do mandato na maior parte do tempo, ocupando cargos nas gestões municipais em Picos e em Teresina.

Os que ficaram na Alepi nunca incomodaram o governo. Wilson Brandão não ofende uma mosca sonolenta. B.Sá ainda não mostrou grande disposição para criticar publicamente o governo. Dogim Félix, convocado a assumir o mandato em alguns momentos, não se projeta e poucos sabem que ele é deputado.

Gustavo Neiva, que fez barulho nas duas últimas gestões de Wellington Dias, sumiu desde que Rafael Fonteles chegou ao poder. Antes um opositor ativo, ele agora faz um mandato longe de holofotes e parece ter alergia ao ato de criticar governo.

A bancada do Progressistas pouco questiona publicamente as constantes viagens internacionais do governador. A maioria critica a quantidade de empréstimos, mas vota a favor de todos. Digo a maioria porque Aldo Gil, em dezembro de 2024, foi o único que teve coragem de votar contra um empréstimo pedido pelo governador. Com ampla maioria do parlamento e uma oposição indisposta, Rafael nada de braçada.

O Progressistas planeja lançar candidato a governador do Piauí em 2026 para concorrer com Rafael Fonteles. No entanto, será tarefa difícil enfrentar um governo - que já é muito poderoso - com uma bancada de deputados estaduais sem disposição para incomodar o atual gestor. Até aqui, a oposição a Rafael na Assembleia Legislativa existe só no nome, pois na prática está quase invisível.

Nesse quesito, a bancada de vereadores do Progressistas na Câmara Municipal de Teresina está dando de 10 na bancada estadual.

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